O que é Stir Shaken?

Quando falamos em ligações telefônicas fraudulentas, logo nos vêm à mente aquelas chamadas insistentes de números desconhecidos que muitas vezes parecem suspeitas. Quem nunca atendeu a um telefonema de um suposto banco ou operadora de cartão de crédito pedindo dados pessoais? Quem nunca caiu em uma tentativa de golpe ou soube de alguém que passou por isso? Esse tipo de problema tem se tornado cada vez mais comum, não só no Brasil, mas ao redor do mundo. Para combater essa prática, foi desenvolvido o protocolo STIR/SHAKEN, uma solução que promete aumentar a segurança das ligações telefônicas e reduzir drasticamente as fraudes, incluindo o famoso caller ID spoofing (ou falsificação do identificador de chamadas).

Ao longo deste artigo, você vai entender em detalhes:

  • O que é o STIR/SHAKEN e por que ele é tão importante para a segurança das telecomunicações.
  • Como esse protocolo funciona na prática e o que está sendo discutido pela Anatel para implementá-lo no Brasil.
  • Quais são as vantagens do STIR/SHAKEN para usuários, empresas e para o próprio setor de telecomunicações.
  • Os desafios dessa implementação no cenário brasileiro e qual é a nossa visão sobre o tema.

Este artigo tem como objetivo ser sua principal fonte de informação sobre o STIR/SHAKEN e sobre a movimentação da Anatel para combater as fraudes de chamadas no país. Vamos começar contextualizando o problema das ligações fraudulentas e mostrando por que a autenticidade do identificador de chamadas se tornou uma das principais preocupações do mercado de telefonia.


A gravidade das fraudes telefônicas no Brasil

As fraudes telefônicas não são novidade, mas a sua frequência tem crescido de forma alarmante. Graças à evolução tecnológica, fraudadores encontraram maneiras cada vez mais sofisticadas de enganar usuários e disfarçar a origem real das chamadas. O problema se agrava quando pensamos na quantidade de pessoas que têm acesso a um celular ou telefone fixo no Brasil.

Segundo estatísticas recentes, o Brasil está entre os países que mais recebem chamadas indesejadas ou fraudulentas no mundo. A prática não se limita apenas a golpes financeiros – como a famosa tentativa de roubo de senhas ou dados pessoais – mas também a ligações políticas, propagandas abusivas e o uso de robocalls (chamadas automatizadas com mensagens gravadas).

Esse cenário gera diversos impactos negativos:

  1. Desconfiança do usuário: As pessoas passam a evitar atender números desconhecidos ou até números que aparentam ser confiáveis, pelo receio de caírem em golpes.
  2. Queda na efetividade das comunicações legítimas: Empresas que realmente precisam contatar seus clientes por telefone enfrentam dificuldades, pois muitos usuários simplesmente não atendem mais a chamadas de números que não reconhecem.
  3. Danos financeiros e emocionais: Golpes por telefone podem resultar em perda de dinheiro e levar a problemas legais, além de afetar o bem-estar emocional das vítimas.

Com tantos casos de fraude sendo reportados, é natural que autoridades reguladoras, como a FCC nos Estados Unidos e a Anatel no Brasil, busquem soluções para melhorar a confiança nas chamadas telefônicas. É justamente nesse ponto que entra o STIR/SHAKEN.


O que é STIR/SHAKEN?

STIR é a sigla para Secure Telephone Identity Revisited, enquanto SHAKEN significa Signature-based Handling of Asserted information using toKENs. Juntos, esses protocolos formam um conjunto de padrões técnicos que permitem validar a autenticidade das chamadas de voz feitas por IP (VoIP).

Em termos simples, o STIR/SHAKEN funciona como um selo de verificação para chamadas telefônicas. Quando uma chamada é originada, o sistema atesta que o número de telefone que aparece no identificador de chamadas (caller ID) é, de fato, o número legítimo daquela operadora ou usuário. Essa verificação ocorre por meio da assinatura digital associada à chamada. Se algo estiver em desacordo, o sistema pode indicar a possibilidade de fraude ou falsificação do número, dando ao usuário final (e à operadora que recebe a chamada) a chance de identificar que há algo de errado.

Nos Estados Unidos, a FCC (Federal Communications Commission) tem sido uma das grandes incentivadoras da adoção do STIR/SHAKEN para combater o robocall e o caller ID spoofing, ambos problemas recorrentes em território americano. Aos poucos, outros países também começaram a olhar para essa tecnologia como solução, o que inclui o Brasil, por meio dos esforços da Anatel.


Por que STIR/SHAKEN é tão relevante?

Antes de mergulharmos nos aspectos técnicos, é fundamental entender o que torna o STIR/SHAKEN tão especial no combate às fraudes telefônicas:

  1. Validação de Identidade: Com ele, é possível garantir a veracidade do número que aparece no identificador de chamadas, reduzindo significativamente o spoofing.
  2. Maior Transparência: Usuários podem receber informações mais claras sobre a procedência da chamada, o que fortalece a confiança no contato telefônico.
  3. Escalabilidade: Os protocolos foram projetados para operar em ambientes de grande escala.
  4. Apoio Regulatório: Órgãos como FCC e Anatel estão cada vez mais empenhados em promover ou tornar obrigatória a adoção de soluções como o STIR/SHAKEN.

No cenário brasileiro, onde recebemos milhões de ligações de telemarketing ou de potencial golpe todos os dias, a implementação do STIR/SHAKEN pode significar uma transformação drástica na forma como percebemos as chamadas de voz. Além de beneficiar os usuários finais, essa mudança também traz vantagens para empresas legítimas, pois reduz a poluição das comunicações telefônicas e aumenta a probabilidade de que as ligações importantes sejam atendidas.


Como o STIR/SHAKEN funciona na prática

Para compreender melhor a dinâmica de funcionamento do STIR/SHAKEN, vamos analisar o fluxo simplificado de uma chamada que utiliza esse protocolo:

  1. Origem da chamada: Quando um usuário ou sistema inicia a chamada, a operadora de origem valida se aquele número realmente pertence ao cliente que está ligando.
  2. Assinatura digital: Após a validação, a operadora insere uma espécie de “carimbo” ou assinatura digital, confirmando que a origem do número é legítima.
  3. Transmissão da chamada: A chamada trafega pela rede até chegar à operadora de destino.
  4. Verificação da assinatura: A operadora de destino analisa a assinatura digital para verificar se a origem do número foi devidamente autenticada.
  5. Indicação ao usuário final: Caso a assinatura seja válida, o número aparece normalmente para o destinatário, possivelmente com alguma indicação de “chamada verificada”. Se a assinatura for inválida ou inexistente, o telefone pode exibir um alerta, como “número potencialmente fraudulento” ou até bloquear a ligação dependendo das configurações.

Esse processo pode ser tecnicamente complexo nos bastidores, pois envolve chaves criptográficas, tokens de autenticação e um arranjo coordenado entre diferentes operadoras e entidades de certificação. Porém, para o usuário final, ele se resume a: “Posso confiar ou não no número que está me ligando?”

Três níveis de atestado

O STIR/SHAKEN trabalha com três níveis de atestado para a origem da chamada, conhecidos como A, B e C. Em linhas gerais:

  • Nível A (Full Attestation): A operadora sabe exatamente quem é o cliente que está fazendo a chamada e confirma que o número realmente pertence a ele.
  • Nível B (Partial Attestation): A operadora reconhece a rede de onde está vindo a chamada, mas não consegue confirmar com 100% de certeza a identidade do chamador.
  • Nível C (Gateway Attestation): A operadora apenas sabe que a chamada entrou na rede, mas não tem informações sobre o chamador ou a origem exata.

Dependendo do nível de atestado, o sistema pode fornecer ao destinatário mais (ou menos) confiança sobre a legitimidade daquela chamada.

Exibição das chamadas ao usuário

Em alguns países, já existem operadoras que mostram ao usuário final indicações visuais de verificação, como um ícone de “visto verde” ou mensagens do tipo “chamada verificada” (quando no nível A). Assim, fica claro quando existe uma confirmação sólida da autenticidade do número.

No Brasil, a Anatel discute como essas informações poderiam ser repassadas ao usuário, incluindo notificações mais claras no visor do celular ou até mesmo mensagens de áudio no começo da ligação. Essas definições ainda estão em debate e podem evoluir conforme a regulação avançar.


Benefícios do STIR/SHAKEN para o mercado brasileiro

A adoção do STIR/SHAKEN no Brasil, principalmente sob coordenação da Anatel, traz benefícios que se estendem por toda a cadeia de telecomunicações:

  1. Menos fraudes e golpes: Com a verificação da legitimidade do número, fraudes que dependem de falsificação de caller ID ficam mais difíceis de serem executadas.
  2. Mais confiança no telefone: Usuários se sentem mais seguros para atender chamadas desconhecidas, pois podem identificar se o número é confiável.
  3. Melhor experiência para o consumidor: Se antes o excesso de ligações indesejadas gerava incômodo, com a adoção de protocolos de verificação, a tendência é de redução desses contatos abusivos.
  4. Valorização do canal de voz: Empresas que realmente precisam telefonar para seus clientes podem voltar a contar com maior taxa de atendimento, pois suas chamadas serão reconhecidas como seguras.
  5. Apoio à investigação de crimes: Em casos de ligações mal-intencionadas, as autoridades podem rastrear a origem real com maior facilidade, tornando mais simples a identificação e a punição de fraudadores.

STIR/SHAKEN no contexto internacional

Para entender melhor como o STIR/SHAKEN pode ser aplicado no Brasil, vale a pena observar como outros países estão lidando com a questão:

  • Estados Unidos (FCC): A FCC implementou prazos rígidos para que as operadoras adotassem o STIR/SHAKEN. Operadoras de grande porte nos EUA já são obrigadas a autenticar chamadas usando esses protocolos.
  • Canadá (CRTC): O órgão regulador canadense também determinou a adoção do STIR/SHAKEN, com metas e prazos semelhantes aos americanos.
  • Europa: Embora não exista ainda uma regulamentação unificada pela União Europeia, alguns países já demonstram interesse em protocolos de autenticação de chamadas.

Cada lugar tem sua realidade técnica e regulatória, mas o objetivo comum é aumentar a confiança do usuário ao receber chamadas telefônicas. Essa experiência internacional serve de base para o Brasil traçar sua própria estratégia de implementação, dentro das especificidades locais.


Movimentação da Anatel: novas medidas e debates

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem um papel fundamental no encaminhamento das discussões sobre a adoção do STIR/SHAKEN no Brasil. Nos últimos anos, a agência:

  • Promoveu reuniões técnicas com operadoras e especialistas para entender os requisitos tecnológicos necessários.
  • Estudou o modelo americano, bem como outras experiências internacionais, para adaptar as regulamentações de forma a atender às necessidades do mercado brasileiro.
  • Sinalizou a possibilidade de tornar o STIR/SHAKEN obrigatório no país, especialmente para operadoras de maior porte, em um cronograma ainda em discussão.

Prazos e metas

Um dos pontos mais importantes que a Anatel avalia é o cronograma de implementação. Assim como a FCC fez nos EUA, a Anatel pode definir prazos para que as operadoras com maior infraestrutura adotem o protocolo primeiro, seguidas pelas operadoras de menor porte.

A expectativa é que, dentro de alguns anos, boa parte das chamadas de voz no Brasil já conte com algum nível de autenticação. Isso exigirá investimento em equipamentos, atualização de softwares de rede e coordenação entre diversas empresas e órgãos.

Benefícios para os usuários brasileiros

Ao exigir o STIR/SHAKEN, a Anatel busca aumentar a qualidade e a segurança das redes de telecomunicações. Com isso, espera-se:

  1. Redução de spams e fraudes: Menos chamadas de falsos números bancários ou de golpistas se passando por empresas legítimas.
  2. Maior transparência: O usuário passa a ter mais clareza sobre quem realmente está ligando, fortalecendo a confiança no sistema telefônico.
  3. Política pública de segurança: A iniciativa se alinha a outras medidas de segurança cibernética que o governo brasileiro vem adotando.

Desafios na implementação do STIR/SHAKEN no Brasil

Apesar dos benefícios, a adoção do STIR/SHAKEN não está livre de obstáculos:

  1. Infraestrutura heterogênea: O Brasil tem uma diversidade de operadoras, incluindo empresas de pequeno e médio porte que podem ter menos recursos tecnológicos e financeiros para a implementação imediata do protocolo.
  2. Compatibilidade com redes legadas: Embora o STIR/SHAKEN seja mais facilmente aplicado a redes digitais, ainda existem sistemas mais antigos que não suportam a autenticação de forma nativa.
  3. Custo operacional: A implementação envolve a aquisição de certificados digitais, atualização de softwares e outros custos que podem ser significativos para algumas operadoras.
  4. Regulamentação e prazos: A Anatel precisa equilibrar o desejo de implementar rapidamente o protocolo com as demandas e limitações das operadoras, evitando impactos negativos na oferta de serviços.

Todos esses fatores exigem um amplo debate, envolvendo operadoras, especialistas em segurança, órgãos de defesa do consumidor e a própria sociedade civil. A finalidade é garantir que o STIR/SHAKEN seja aplicado de forma eficaz e segura, mas também viável no cenário nacional.


O nosso papel na adoção do STIR/SHAKEN

Nós, como uma empresa que atua no setor de telecom e soluções de comunicação em nuvem, acompanha de perto as discussões sobre o STIR/SHAKEN. Em sua visão, há alguns pontos fundamentais:

  1. Compromisso com a segurança: Para nós, a confiança do cliente ao usar serviços de voz é prioridade. Por isso, a empresa vê no STIR/SHAKEN uma forma de aumentar a credibilidade das ligações.
  2. Aprimoramento contínuo: Investimos em tecnologia de ponta e busca sempre incorporar padrões internacionais de segurança, o que torna a adoção do STIR/SHAKEN um caminho natural para a empresa.
  3. Educação do mercado: Mais do que apenas implementar o protocolo, acreditamos na importância de conscientizar usuários e empresas sobre os benefícios das chamadas autenticadas. Muitas empresas ainda desconhecem o potencial da solução.
  4. Colaboração com a Anatel: Como provedora de soluções em nuvem, estamos aberta a colaborar com a agência reguladora para a construção de um ecossistema de comunicações mais confiável.

Em suma, consideramos o STIR/SHAKEN uma evolução bem-vinda para o mercado de telecomunicações no Brasil. O combate a fraudes e a melhoria da qualidade das ligações são elementos que, para a empresa, fortalecem a credibilidade do setor e favorecem a inovação contínua.


Perspectiva técnica: Como as empresas podem se preparar

Para as empresas que desejam se adaptar ao STIR/SHAKEN, alguns passos são fundamentais:

  1. Atualizar a infraestrutura de voz: As companhias precisam verificar se suas plataformas são compatíveis com os padrões de assinatura digital exigidos.
  2. Obter certificados digitais confiáveis: Uma das bases do STIR/SHAKEN é o uso de chaves criptográficas emitidas por autoridades certificadoras. As empresas precisam se credenciar junto às entidades de confiança.
  3. Integração com sistemas de bilhetagem e roteamento: O fluxo de chamadas deve ser mapeado, garantindo que as informações de autenticação sejam corretamente transmitidas e verificadas em cada etapa.
  4. Treinamento de equipes: Equipes técnicas, de suporte e até de atendimento ao cliente devem entender como o STIR/SHAKEN funciona e quais os benefícios trazidos. Assim, podem orientar clientes e parceiros.

Esse processo de preparação pode demandar investimentos significativos, mas a longo prazo tende a reduzir custos relacionados a fraudes e melhorar a satisfação do cliente.


Comparando STIR/SHAKEN com outras soluções de segurança

O STIR/SHAKEN não é a única estratégia de segurança em telefonia, mas atualmente é a mais discutida em nível mundial. Existem outras abordagens que incluem:

  • Listas de bloqueio (blacklists): bancos de dados que reúnem números suspeitos, bloqueando essas chamadas antes que cheguem ao usuário.
  • Filtro de chamadas por algoritmos de IA: algumas operadoras e aplicativos utilizam a inteligência artificial para identificar padrões de spam e fraude, sinalizando ou bloqueando automaticamente chamadas maliciosas.
  • Registros e monitoramento de tráfego: análise em tempo real do volume de chamadas para identificar comportamentos anômalos que indiquem fraudes em massa.

A principal diferença do STIR/SHAKEN é que ele tenta resolver o problema “na fonte”, validando a legitimidade do número. Em conjunto com outras soluções, ele pode formar um ecossistema de segurança ainda mais robusto.


STIR/SHAKEN e robocalls

As robocalls, ou chamadas automatizadas, também se beneficiam do STIR/SHAKEN, pois muitas dessas chamadas utilizam caller ID spoofing para aparentar ser de uma fonte confiável (por exemplo, do seu banco ou de uma instituição de caridade). Quando o STIR/SHAKEN estiver amplamente implementado, fica mais difícil para essas chamadas automáticas mascararem a verdadeira origem.

Algumas ligações automatizadas, porém, são legítimas – lembre-se de comunicações de agendamento médico, cobranças ou avisos de companhias de água e energia. O STIR/SHAKEN ajuda a diferenciar as “robocalls do bem” das “robocalls maliciosas”.


Principais dúvidas sobre STIR/SHAKEN

Como o assunto ainda é relativamente novo no Brasil, surgem muitas perguntas. Abaixo, listamos algumas das mais comuns:

1. O STIR/SHAKEN vai acabar de vez com as fraudes telefônicas?
Embora seja uma ferramenta poderosa, não significa que todas as fraudes desaparecerão. Golpistas encontram novas formas de burlar sistemas, mas a dificuldade para falsificar chamadas aumentará consideravelmente.

2. Será obrigatório atender apenas chamadas verificadas?
Não necessariamente. O STIR/SHAKEN oferece um grau de confiança maior para ligações autenticadas, mas chamadas sem verificação ainda podem ocorrer. Caberá a cada operadora e usuário decidir como tratar ligações não autenticadas, bloqueando-as ou apenas sinalizando como suspeitas.

3. Quem paga pela implementação?
A adoção do STIR/SHAKEN envolve custos, que geralmente são arcados pelas operadoras. Pode haver repasse indireto ao consumidor, mas a tendência é que o mercado se ajuste para evitar onerar excessivamente os usuários.

4. Como saber se a chamada é de fato autenticada?
Isso vai depender de como cada operadora irá informar o usuário. Em outros países, já existem ícones e alertas no visor do celular. No Brasil, a Anatel ainda estuda quais serão as diretrizes de exibição.


O impacto do STIR/SHAKEN na rotina de quem recebe ou faz ligações

Quando o protocolo estiver em pleno funcionamento no Brasil, o usuário que recebe ligações provavelmente notará algumas mudanças:

  • Chamadas com selo de confiança: Alguns telefones ou aplicativos poderão mostrar um ícone de verificado, indicando que o número foi autenticado.
  • Possibilidade de bloqueio automático de números não verificados: Dependendo da configuração do celular ou da operadora, ligações com baixo nível de verificação poderão ser enviadas direto para caixa postal ou bloqueadas.
  • Mais clareza ao fazer ligações: Se a pessoa utiliza um sistema ou conta corporativa, possivelmente terá que registrar o número de forma mais detalhada para que a operadora possa atestar a legitimidade daquela linha.

Para o dia a dia de empresas que fazem call center ou atendem clientes por telefone, o STIR/SHAKEN traz um diferencial competitivo. Empresas sérias terão suas chamadas reconhecidas como seguras, evitando que clientes ignorem ligações importantes por medo de golpe.


Conscientização e educação do usuário final

Mesmo com um protocolo avançado como o STIR/SHAKEN, ainda é fundamental que os usuários sejam orientados sobre boas práticas de segurança:

  • Nunca forneça dados sensíveis (senhas, números de cartão de crédito) em ligações não solicitadas.
  • Fique atento a sinais de golpe, como insistência em obter informações pessoais ou ofertas milagrosas.
  • Desconfie de números internacionais desconhecidos, especialmente se o assunto for financeiro.
  • Mantenha aplicativos de bloqueio ou filtragem de chamadas sempre atualizados.

A Anatel, as operadoras e empresas de CPaaS devem trabalhar juntas para instruir a população sobre como funciona o STIR/SHAKEN, pois a tecnologia será tão eficiente quanto o nível de compreensão das pessoas que a utilizam.


Casos de sucesso e exemplos reais

Embora o Brasil ainda esteja em processo de implementação, podemos observar casos de sucesso internacionais:

  • Estados Unidos: Desde que a FCC tornou obrigatória a adoção de protocolos de autenticação, diversas operadoras reportaram redução no volume de robocalls fraudulentas.
  • Operadoras canadenses: Algumas conseguiram, em poucos meses, criar sistemas de alerta ao usuário que exibem níveis de confiança na chamada, aumentando a taxa de atendimento de chamadas legítimas.
  • Integração com aplicativos de segurança: Já existem apps que utilizam as informações do STIR/SHAKEN para construir bancos de dados mais confiáveis, bloqueando automaticamente chamadas suspeitas.

Esses exemplos reforçam que o STIR/SHAKEN não é apenas uma teoria, mas uma prática que pode trazer mudanças significativas para o mercado.


Futuro do STIR/SHAKEN e evolução tecnológica

O STIR/SHAKEN faz parte de uma tendência maior de segurança cibernética nas comunicações. Outros pontos a serem considerados no futuro:

  1. Integração com sistemas de mensagem de texto (SMS): Embora o foco inicial seja voz, fraudes também ocorrem via SMS.
  2. Expansão para aplicações de voz baseadas em 5G: Com a evolução do 5G, mais chamadas serão feitas pela rede de dados, abrindo espaço para reforçar protocolos de autenticação.
  3. Uso de inteligência artificial: Para além da verificação do número, a IA pode analisar o conteúdo das chamadas, detectando padrões de fala que indiquem golpe.

A Anatel, nós e os demais players do setor devem acompanhar essas evoluções, garantindo que o ecossistema se mantenha atualizado e seguro.


O papel das autoridades na fiscalização

Não basta criar regras ou protocolos se não houver fiscalização efetiva. Por isso, a atuação da Anatel será determinante para:

  • Definir multas ou sanções para operadoras que não cumprirem os requisitos de autenticação de chamadas dentro dos prazos estipulados.
  • Fazer auditorias e acompanhamentos técnicos, garantindo que o STIR/SHAKEN seja aplicado de forma correta e não apenas nominal.
  • Colaborar com órgãos de segurança pública, fornecendo dados que ajudem a rastrear e coibir o uso de tecnologias de voz para fins criminosos.

A expectativa é que esse arcabouço regulatório seja fortalecido ao longo do tempo, garantindo maior segurança para todos os envolvidos.


Conclusão: Por que o STIR/SHAKEN é tão importante para o futuro das telecomunicações no Brasil

Diante de todo o panorama exposto, fica claro que o STIR/SHAKEN não é apenas mais um protocolo técnico, mas uma revolução na forma como lidamos com chamadas telefônicas. Em um país como o Brasil, onde a telefonia ainda é um canal crucial de comunicação para negócios e para relacionamentos pessoais, garantir a legitimidade das chamadas significa:

  1. Proteger milhões de usuários de fraudes e golpes que causam prejuízos financeiros e emocionais.
  2. Incentivar a competitividade de empresas que fazem uso responsável da telefonia.
  3. Apoiar a inovação no setor de telecomunicações, mostrando que a tecnologia pode (e deve) andar lado a lado com a segurança.

A Anatel avança cada vez mais nas discussões e, ao que tudo indica, em breve poderemos ter uma regulamentação mais clara sobre a adoção do STIR/SHAKEN. Enquanto isso, companhias como nós já se mostram prontas para liderar esse processo, investindo em infraestrutura e educação para promover chamadas mais seguras.


Reflexões finais e próximos passos

  • Para os usuários: Fiquem atentos às notícias e às implementações que as operadoras e a Anatel irão anunciar. Perguntem às suas operadoras se o STIR/SHAKEN já está disponível e como podem se beneficiar dele.
  • Para as empresas de telecomunicações: É hora de se preparar tecnicamente, adquirir certificados e atualizar suas plataformas. A adoção do STIR/SHAKEN deve se tornar uma vantagem competitiva nos próximos anos.
  • Para o governo e órgãos reguladores: A definição de prazos, a fiscalização adequada e a criação de campanhas educativas são fundamentais para que o STIR/SHAKEN realmente atinja seu potencial transformador.
  • Para a nós: A empresa reforça seu compromisso com a segurança e a satisfação do cliente, integrando padrões internacionais de autenticação e apoiando as iniciativas da Anatel.

Com a união de todos esses esforços, o STIR/SHAKEN tem tudo para cumprir seu papel de proteger as telecomunicações brasileiras contra fraudes, robocalls e falsificações de identidade. Esse movimento, acompanhado de outras inovações tecnológicas, representa uma evolução necessária para que o canal de voz continue sendo um meio confiável e eficiente de comunicação.


Palavras finais

Vivemos em uma época em que a segurança da informação se tornou prioridade absoluta. Assim como nos preocupamos com senhas, criptografia de dados e proteção contra ataques cibernéticos, é essencial direcionar a mesma atenção às chamadas telefônicas. O STIR/SHAKEN surge como a grande resposta do setor para esse desafio, e a Anatel já sinaliza que não quer ficar para trás nessa corrida global pela segurança.

Portanto, fique de olho nas novidades e prepare-se: a forma como fazemos e recebemos chamadas está prestes a mudar para muito melhor. E que seja uma mudança definitiva – para que, finalmente, possamos dar adeus às fraudes telefônicas e desfrutar de um ambiente de telecomunicações mais confiável, transparente e eficiente.